Bisfenol A, o vilão!
Tenho por hábito usar garrafas de
água reutilizáveis, principalmente para levar para o trabalho e/ou em
viagem. Esta opção não se prende apenas ao facto de estas serem práticas e ergonómicas.
Existem dois motivos de peso que sustentam a minha opção!
O primeiro motivo prende-se com o
facto de serem garrafas reutilizáveis, logo reduzimos drasticamente o
desperdício e a poluição. Se optasse pelas garrafas de plástico descartáveis,
ao final de um ano tinha descartado 365 garrafas de plástico, se multiplicar este
valor pelo número de pessoas do meu agregado familiar, digamos que cá me casa
desperdiçaríamos cerca de 1095 garrafas por ano. Após isso, essas garrafas vazias iriam parar a uma lixeira qualquer, ou na melhor das hipóteses, à reciclagem. Estes números são
assustadores, principalmente se pensarmos que o plástico pode levar 450 anos a
decompor-se na natureza.
Já vimos que as garrafas
reutilizáveis são boas para o ambiente, mas será que todas são boas para a
nossa saúde? O facto é que nem todas o são!
Na escolha das mesmas, tenho sempre
o cuidado de verificar se na etiqueta menciona que é livre de BPA ou Bisfenol A, o vilão que vos irei falar hoje.
O bisfenol A é um composto
orgânico sintético, que é usado na produção de plásticos, pelo que pode ser
encontrado em recipientes para acondicionar alimentos, garrafas de plástico, revestimento
das latas de conserva. Este químico quando entra em contacto com alimentos quentes ou quando é
colocado no micro-ondas pode contaminar os alimentos ou líquidos nele contidos.
Quando ingerimos uma quantidade substancial de BPA, a nossa saúde poderá sofrer consequências nefastas.
Suspeita-se que terá efeitos
negativos na saúde principalmente por ser um disruptor endócrino, ou seja,
interfere no equilíbrio hormonal do organismo. Existem vários estudos que o
associam ao aumento da incidência de cancro da mama, da próstata e ainda a problemas na
saúde reprodutiva e cardiovascular.
Recentemente as empresas que comercializam
águas engarrafas já contrariaram esta informação referindo que não existem
provas suficientes que a quantidade de bisfenol A libertada tenha repercussões
na saúde humana. Se o composto fosse inócuo, por que motivo o seu
uso estaria já proibido nalguns países tecnologicamente desenvolvidos tais como o Canadá e a Dinamarca?! Verdade ou
não, prefiro não arriscar!
No caso específico de Portugal,
algumas fontes citam que a Associação Portuguesa dos Industriais de Águas
Minerais Naturais e de Nascente garantiu que este composto químico não é usado nas
águas minerais e de nascente comercializadas em terras lusas.
Os dados existentes sobre esta
temática são de facto muito contraditórios, o que os leitores podem verificar com uma
simples consulta num motor de pesquisa. Neste contexto, não é possível aferir
de que lado está a razão. Com esta publicação pretendo apenas incentivar-vos a reflectir
sobre o assunto, colocando sempre de lado atitudes alarmistas.
Gostava ainda de
partilhar algumas opções que adoptei:
- Não aqueço comida no micro-ondas
em recipientes de plástico, opto pelos de vidro.
- Acondiciono os alimentos no frigorífico
em recipientes de vidro, por vezes reutilizo frascos de vidro vazios de outros
produtos que compro.
- Não coloco comidas ou bebidas quentes
em recipientes de plástico.
- Evito comprar produtos embalados
em plásticos.
- Opto por garrafas de plástico
reutilizáveis isentas de BPA.
Na minha opinião, as garrafas reutilizáveis
isentas de BPA são, até prova em contrário, uma excelente opção para a nossa
saúde e para o meio ambiente!
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